segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Navalha na carne

Seu Chico era o tipo de cara que todos gostavam. As pessoas o cumprimentavam sorrido, exemplo clássico de afeto e confiança. Trabalhava como carroceiro em Alegrete e sempre era visto pelas ruas secundárias da cidade carregando um dos seus inúmeros filhos a tira colo.

Acontece que o seu Chico tinha uma mulher bem mais nova. E como a maioria das mulheres bem mais novas ela resolveu socializar o que era só do Seu Chico e saiu distribuindo afeto por toda a vila onde moravam.

Mas antes que o carroceiro descobrisse, ela resolveu acabar com a relação. Virou o banquete da galera. Seu Chico, coitado, andava desolado. Todo mundo tava passando o pincel na sua mulher.

Um dia o Seu Chico resolveu tomar todas no boteco da esquina da sua antiga casa – a mulher havia lhe mandado embora sem ternura e sem afeto – e foi lá conferir o quer a madame andava aprontando. Porém, na casa apenas os filhos menores. Quem tomava conta da turma era Tatiana, de 7 anos. A mulher e as duas filhas mais velhas foram para o bailão.

Furioso, o homem resolveu não esperar. Dois dias depois visitou a mulher. Para não pagar o mico de ex-marido enciumado, resolveu distorcer a verdadeira razão da fúria. “Puta que pariu como tu pode deixar as crianças sozinhas de noite sua vaca?”, indagou com elegância.

Chico ameaçou a ex-companheira: “se isso acontecer de novo tu vai te arrepender”, disparou.

Duas semanas depois, mais precisamente em um sábado, com um litro de cachaça na cabeça o carroceiro resolveu dar uma incerta no antigo barraco. E encontrou a mesma cena. Tatiana sozinha cuidando dos menores. Não teve dúvida. Tirou uma navalha do bolso e degolou a menina.

Depois do crime caminhou pra casa onde foi encontrado pela polícia horas depois. Ao lado da cama onde dormia apenas um porta retrato com uma foto de Chico segurando a menina Tatiana no colo. Os dois sorrindo.

OBS: Essa história é baseada em fatos reais e aconteceu no meu Alegrete.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pegadora é apelido

Uma conhecida minha me deu as seguintes informações num dia destes. Entre namoro e casamento está há dezesseis anos com um cara. Nunca traiu. Entre a primeira vez e o marido teve apenas três anos de solteirice com vida sexual ativa. Sabe com quantos homens ela transou (tudo devidamente catalogado, segundo a nossa protagonista)?

Cento e seis, meu velho. Em três míseros aninhos. Essa sim é pegadora. Nunca mais me falem de Renato Gaúcho, Gene Simmons do Kiss, Warren Beatty, Maurício Macedo ou Niti.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Três beijinhos...

Essa quem me contou foi um amigo bem chegado. Vou chamar o cara de Lucas e a namorada dele de Francesca.

O Lucas namorava a Francesca há bastante tempo. Completamente apaixonado. Porém, um dia resolver dar uma puladinha de cerca básica. Conheceu uma menina e as coisas foram acontecendo naturalmente.

Em uma bela tarde, resolveu fazer um convite para a concubina: “vamos tomar uma cerveja na zona Sul, no bar tal?”.

A menina prontamente concordou e lá foram os pombinhos tomar cerveja na zona Sul em plena segunda-feira.

Depois de uns amassos no carro, o meu amigo resolveu mesmo ir comprar a tal cerveja. Como um cavalheiro pediu licença a moçoila e entrou num bar da região. Caminhava cheio de ginga por entre as mesas vazias do bar, afinal era um verdadeiro garanhão: tinha namorada e ainda tava metendo uma gostosinha por fora.

Pediu a ceva. Encheu dois copos plásticos e enquanto se preparava para voltar ao carro, notou dois pares de olhos fixos na sua presença. Na única mesa ocupada do bar estavam a sua cunhada (a irmã da dita cuja mesmo, pois nosso herói é filho único) e o namorado dela.

Nervoso e debutante na arte do adultério, nosso herói ficou tenso e não conseguiu articular nenhuma desculpa plausível. Para piorar, antes de iniciar qualquer tipo de conversa com o casal, ele deu três beijinhos nela...e nele.

Sim, a sua pequena traição foi perdoada, mas imaginem como foi durante anos conviver nas festas de família com o concunhado depois de ter dado três meigos beijinhos no rapaz...

Vai uma merdinha aí

A minha namorada, a Ângela, é o Nelson Rodrigues de saia. Ela sai com cada história que faria o maior dramaturgo brasileiro ficar corado de vergonha ou de entusiasmo. Olha essa: nos tempos do Anchieta ela tinha uma colega de aula cujo o pai era dono de algumas boates em Porto Alegre.

A amizade continuou mesmo após o fim do colégio. Uma noite a amiga convidou a Ângela para ir no aniversário do pai em uma boate bem famosa da capital. A festa tava ótima, mas lá pelas tantas a minha namorada notou que o pai da amiga não descolava de um cara fortão, mas não quis comentar.

Cerveja goela abaixo a amiga confidenciou: meu pai é gay. Segundo ainda ela, a mãe teria ficado tão chocada com a revelação que surtou ao ponto de comer cocô - isso mesmo com o acento circunflexo.

Os anos passaram e a amizade também. Mais de quinze anos depois a Ângela encontrou a mãe da sua amiga em Tramandaí. A senhora estava muito bem, nem parecia que havia degustadao dezenas de cagalhões ao longo da vida. Feliz da vida, a mina namorada resolver perguntar pela antiga amiga de quem tinha poucas notícias, sabia que havia se casado e comprado uma cobertura na Bela Vista.

A resposta não poderia ser mais trágica. “A fulana está na Pinel”, disse a mãe.´

Como assim, questionou a Ângela?

“É que anos depois do casamento, ela encontrou o marido com outro homem na cama”, explicou a senhora.

Bem pelo menos a filha nunca comeu cocô até onde eu saiba...