segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vai uma merdinha aí

A minha namorada, a Ângela, é o Nelson Rodrigues de saia. Ela sai com cada história que faria o maior dramaturgo brasileiro ficar corado de vergonha ou de entusiasmo. Olha essa: nos tempos do Anchieta ela tinha uma colega de aula cujo o pai era dono de algumas boates em Porto Alegre.

A amizade continuou mesmo após o fim do colégio. Uma noite a amiga convidou a Ângela para ir no aniversário do pai em uma boate bem famosa da capital. A festa tava ótima, mas lá pelas tantas a minha namorada notou que o pai da amiga não descolava de um cara fortão, mas não quis comentar.

Cerveja goela abaixo a amiga confidenciou: meu pai é gay. Segundo ainda ela, a mãe teria ficado tão chocada com a revelação que surtou ao ponto de comer cocô - isso mesmo com o acento circunflexo.

Os anos passaram e a amizade também. Mais de quinze anos depois a Ângela encontrou a mãe da sua amiga em Tramandaí. A senhora estava muito bem, nem parecia que havia degustadao dezenas de cagalhões ao longo da vida. Feliz da vida, a mina namorada resolver perguntar pela antiga amiga de quem tinha poucas notícias, sabia que havia se casado e comprado uma cobertura na Bela Vista.

A resposta não poderia ser mais trágica. “A fulana está na Pinel”, disse a mãe.´

Como assim, questionou a Ângela?

“É que anos depois do casamento, ela encontrou o marido com outro homem na cama”, explicou a senhora.

Bem pelo menos a filha nunca comeu cocô até onde eu saiba...

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