quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pensando no futuro

A Cidade Baixa ta cada dia mais parecida com Bombaim. Nada contra os indianos. Tudo contra milhões de pessoas se espremendo em pequenas quantidades de cimento. Quando cheguei aqui em 95, não tinha nenhuma boate. Hoje, são filas e mais filas nas danceterias.

Eu fujo da multidão. Me escondo. Me refugio em lugares como o Batmacumba e Mister Dam. Lá, os feios, como eu, ainda tem lugar e espaço. Ouço samba e rock na mesma noite. E bebo cerveja a um preço honesto com meus pequenos ganhos de jornalista fudido e mal pago.

Já tô pensando em largar a profissão e transar com homens de meia idade. Àqueles que fogem da cama de suas mulheres e pagam por rapazes na José Bonifácio ou arredores. Com a minha memória visual, monto um dôssie rapidinho desses caras e faturo só na chantagem da vida dupla dos que não se assumem e estão condenados a infelicidade.

Claro, vou ter que botar essa bundinha pra trabalhar, mas é um preço a pagar pela liberdade financeira. O problema é o seguinte: e se não rolar clientela? E se nem os homens de meia idade me quiserem? Aí fudeu, rapá. Haja terapia para entender tamanha rejeição.

É melhor eu seguir escrevendo mesmo. Ganho pouco, mas pelo menos passo intacto no teste da farinha!!

Um comentário:

  1. Hahahahaha... A cada texto teu que leio, fico com a certeza que és mesmo um DOENTE, um se humano com desarranjo mental, porém muito inteligente!!!

    Beijo nessa bunda de ouro!!!

    Maurício Ferreira (Chambinho).

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